quinta-feira, março 8

Sei-as de cór.

Rasgaste o tempo, ... , como a minha pele maviosa.
Ficaram feridas abertas; choram, na sombra dos intervalos.
Deslembra-me, ... , na fuga das tuas noites hostis..
Ou remoça o que o teu desejo cavado desdém.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não há escolha...ou há? :)
Falta um não sei quê que não se consegue explicar e que faz andar para a frente sem parar e sem pensar.

N.

Hugo Sousa disse...

é madrugada e escrevo só porque sim. tudo é porque sim, os argumentos são meras fugas à exclusividade da vontade tal como a fuga hostil das noites dele. porque sim, não escrevo o suberbo em palavras neste momento porque não quero e não quero porque sim, somente isso. assumir uma velocidade retrograda ( = quando se olha para trás) apenas devia causar excesso de velocidade quando se olha para a frente...essas feridas permitem um olhar em frente? e quando o fazes, vês o bater emocionante do coração tempestuoso de quem só não quer esperar e só quer o agora ou, porém, vês corpos baços que se confundem com nevoeiro? quem espera NUNCA alcança, é tão verdade como o porque sim e, isto também, porque sim. não tens escolha, tens a vida mas não tens escolha...viver por viver não me cativa, a ti chama a atenção? excesso de velocidade, quebra a regra e acelera, em frente, acelera e sacode o cheiro que te ficou no cabelo, escolhe a noite e na noite abraça o que escolheste nela. gasta-se tudo tão rápido e, tão sinceramente, muito mal gasto.

por caminhos cintilantes há rastos de sangue,
entre as duas bermas opostas do passeio
perseguem as metaforas de uma vida falhada
mas, em nenhuma delas existiu um medo: receio.
se na rua a baixo algumas sobreviveram,
não sei nem quero saber, o que sei torna-me suficientemente bom:
sei que nesta rua todas elas morreram
e entre o meu olhar e o meu grito elas vivem
como as da morada a baixo, caso ainda existam.
entre as duas bermas dos passeios opostos,
coagulam vidas falhadas, e eu sou a vida,
sou uma das vidas que moram no caminho cintinlante
entre as duas bermas opostas do passeio.

tu és?
excesso de velocidade, exprimenta.