segunda-feira, julho 26

Porque esqueceste os meus anos.

Aqui, como noutro qualquer lado.
Talvez mais aqui, onde me encontro sentada;
talvez só agora possível e não no passado.
Apresenta-se a vida, por momentos, fatiada.

Já dizia o poeta, que vem não sei de onde e dói não sei porquê.
Porém, eu sei onde mora e está onde qualquer um vê.
Encontro-me aqui, à espera,
encontro-me só, no mesmo lugar,
encontro-me como quem desespera,
que a saída não chegue tão devagar.

Foram tempos nefastos,
Foram tempos de indiferença,
foram tempos de esperança
e hoje até ignoro a sentença.

Tinha prometido a mim própria
A permanecer sem ambiguidades
Mas bastou uma brisa do teu cheiro
Para renascerem estas saudades.
Pergunto-me se será verdadeiro
se se manifesta como o sentia...
Dizem-me que a resposta é evidente:
a chama arde, mas não brilha...

E mais poderia dizer,
se não fosse nosso segredo.
Eu porque as não deveria saber,
tu porque nelas vives com medo.


Janeiro 2010