domingo, maio 3

Paragens de domingo à tarde

É domingo. Pára-me o pensamento. Minto.

Pára-me o querer racional. Contradiz a vontade. Acelera-se tudo pelo mesmo. Se há algo que não pára é o pensar. Tento desligar o botão. A confabulação crónica estende-se a partir dos se's. Demasiadas expectativas findam em demasiadas delusões. Tretas. Logo à partida, a persistência no não ser acelera um mal estar intrínseco. A estratégia é o raciocínio, combinar a agilidade intelectual com o autocontrolo, físico e emocional. Mentir é difícil, não faz parte de mim. Espelho o que sinto, sinto-me invadida pela transparência. Todavia, acabo por perceber que, em sociedade, as pessoas nem sempre dizem aquilo que pensam. Ou sentem. Por vezes, esforço-me por isso. Por não ser Eu. Creio que, por vezes, a vida social sobrepõe-se à natureza de cada um. E isto implica uma sofisticação relacional. O uso de personas tornou-se banal. Uma perversão à honestidade da parceria que se estabelece entre duas pessoas, mas também àquilo que o próprio é. À sua integridade. Páro-me.

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