terça-feira, dezembro 25

Even with nothin' to say..

"I have nothing to say
yet I write this poem
wasting your time
full of nothing meter
and nothing rhyme
signifying nothing.
Why do I do this?
Ah, that is the question
Whether to wait until
the muse comes to call
inspiring the heart,
or to take my pen in hand
in rebellion of my soul,
and place to the paper,
a bouquet of words,
moved by robust defiance
to create the sublime
and failing miserably."

Brett Nicholas Moore

quinta-feira, novembro 22

Your heart skipping a beat isn't love, it's cardiac arrhythmia.

"Fuck all the pop song puppy love bullshit. Your heart skipping a beat isn't love, it's cardiac arrhythmia. It's not about shortness of breath, either, or how turned on you get or whether you tell yourself you'd throw yourself in front of a bus for her or whatever. You can convince yourself of a lot about how you feel and what you would do in exchange for regular oral sex.

Love is when she drives you insane sometimes. And I don't mean merely "aggravating" or "annoying," I mean flat-out fucking in. Sane. And in a way nobody else can do it in a million years. She'll drive you to the point where you'd gouge out your own eyeball with a melon baller or smack your scrotum a half-dozen times with a ball peen hammer if it means you can be done with this conversation. She'll make you want to chew your own arm off to get out of talking about this. And I don't care how many fucking times you've had this conversation, each time, you know you'll have it again:

Her: I thought you turned the heat on.
You: I did.
Her: Well, I'm still cold. Are you sure you did it right?
You: Yes, I'm pretty sure I know how to turn on a thermostat.
Her: 'Cause you know you have to flip the switch to "heat" and....
You: Honey! I know! How to turn on! A thermostat! I went to college
for it and everything.
Her: Well, I don't feel any heat blowing in here.
You: I know. I think you broke the thermostat again.
Her: I didn't break it.
You: Yes, you did, you put that halogen lamp right next to it again.
Her: That doesn't do anything.
You: Yes, it does.
Her: I thought you fixed it?
You: I did fix it, and you broke it again.
Her: Are you sure you fixed it right?
You: Yes, goddammit, I fixed it right.
Her: How do you know you fixed it?
You: 'Cause it worked when I fixed it!
Her: Well, it's not working now.
You: 'Cause you broke it again!
Her: How'd I break it?
You: You put the goddamn, fucking lamp next to it!
Her: I don't see why a lamp would break a thermostat.
You: OK. I'm going to explain this. One more time. Slowly. Thermostats have a coil inside them that expands and contracts based on the temperature. This is how they know when it is hotter than the setting of the A/C, so it can cool the room off, or colder than the setting of the heating, so it can heat the room up. Halogen lamps generate heat. Halogen lamps generate a lot of heat. That's why you burn your fingers when you touch the bulbs after they've been on for a while. So when you put a halogen lamp next to a thermostat, it causes the coil to keep expanding and expanding and expanding past the point it's intended to expand. This makes the thermostat think it's really, really hot all the time, and it makes the coil less sensitive in the future, and it'll eventually break the coil so I'll have to replace the thermostat.
Her: That doesn't sound right.
You: Trust me. It's right.
Her: How do you know?
You: BECAUSE I TOOK SIXTH GRADE FUCKING PHYSICS, OK?!
Her: Well, I don't think they should make thermostats that can be broken by something little like a lamp.
You: Fine. Don't think that. Write a letter to the manufacturers. Write a letter to universities and tell them to build a better thermostat. I don't fucking care. But that's how they make them. That's why I keep moving the lamp, that's why I keep telling you not to put it back to the right of the bookcase, that's why I've had to fix the thermostat four fucking times now. Stop! Putting! The lamp! Right! Next! To the thermostat!
Her: But on the other side of the bookcase, the front of the hallway is dark, and I can't see inside my gift closet.
You: Well, you can turn on the hall light to go through your gift closet, or you can sit here and be cold! Your choice, honey!
Her: ?
You: ??
Her: :O
You: :|
Her: I don't think you fixed the thermostat right.
You: GOD-MOTHERFUCKING-DAMMIT, I'M GOING TO FIX THAT MOTHERFUCKING THERMOSTAT TOMORROW, AND I SWEAR TO MOTHERFUCKING CHRIST IF YOU PUT THE LAMP NEAR THE THERMOSTAT AGAIN, I WILL SMASH IT TO A MILLION FUCKING PIECES AND SHOVE THEM DOWN YOUR GODDAMN THROAT!!! MOTHERFUCK ME, JESUS!!!!!!

And if the seventh time you have that conversation, knowing full well there will be an eighth time, you'd still rather have that conversation again than imagine a world she's not in, you're in love.

Especially if you do fix that thermostat... again... the next day, and not just so she'll shut up about it, but because you really don't want her to be cold anymore."

Someone.

terça-feira, novembro 6

Se eu te der nada...

Creio que não se pode dizer que dar implica necessariamente receber, pois isso não acontece para todos; não se pode dizer que é um direito universal sem que se aplique a todos e como tal não sucede, não o é. Se eu, no entanto, possuisse esse direito, tu também o possuirias e esse direito só existiria na medida que eu possa cumprir o meu dever de respeitá-lo e tu também.
A teoria de reciprocidade fundamenta-se essencialmente na teoria cristã: há uma recompensa para aquele que dá/deu. Ora, com o passar da inexistência de um tempo, da (des)evolução das culturas e óbvias reflexões nas mentalidades, o dar passou de um prazer a algo materialista e obrigatório a fim de não parecer mal, deixando os pequenos gestos descuidados e desprendidos de valor interior. Dar como lembrança, lembrança do que aconteceu e do que nunca existiu. A vida é preenchida de memórias que construímos, reais ou imaginárias, e nos transformam naquilo que somos. Dar e receber fornece memórias e emoções, define relacionamentos, constrói uma vida.
Se não recebes, ninguém se lembra de ti. Na base dos relacionamentos encontra-se a troca sem interesses secundários, com abundância de respeito e carinho pelo outro: o prazer de dar, a combinação perfeita. Todo o tipo de relacionamento se estabelece numa troca. Receber sem dar apenas indica que esse gesto não teve qualquer valor para nós, que as necessidades dessa pessoa não são importantes como as nossas, para nós, e isso leva ao afastamento do outro. Cada vez que colocamos alguém à nossa frente, estamos a mostrar as nossas necessidades: é preciso ser humilde e deixar o nosso ego inchado de lado e saber dizer o quanto precisamos dos outros (de ti, de mim). A pessoa a quem damos torna-se necessária e isso significa que a amamos, e amar não é apenas dar, é saber exigir.
Considero-me uma pessoa que gosta naturalmente de dar, é uma delícia dar, mas no outro dia tive necessidade de receber e foi uma sensação estranha em mim. Todos precisamos de receber para nos sentirmos bem, para nos sentirmos nós, para existirmos. Suspeito que quem nega essa necessidade não tem consciência dos seus desejos internos, não respeita o seu próprio ego, a si mesma, não é passível de ser amada. Temos que saber dar, sem esperar receber; mas temos que saber exigir, para continuarmos a ser.

Se um dia te desse uma flor, dirias que era amor.
Se um dia te desse nada, ...

quinta-feira, agosto 2

A felicidade exige valentia.

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da sua própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
" FP

É preciso é ter prazer na vida.

sexta-feira, julho 13

Um-do-li-tá...

Hoje decidi fazer uma nota breve sobre o amor. Para tal recorri à teoria de Sternberg (1986-87) de forma a descrever algumas noções e a deixar-vos reflectir acerca delas. O autor descreve uma teoria com três componentes distintas e ao juntar essas três partes, encontra-se o amor perfeito.

Intimidade: sentimentos de proximidade e união.
Paixão: impulsos que levam ao romance, atracção física, sexualidade e romance.
Decisão e Compromisso: inclui elementos cognitivos que estão envolvidos na tomada de decisão acerca da existência e compromisso potencial a longo-praxo.


Tipos de Amor / Intimidade / Paixão / Decisão e Compromisso

não amor / não existe qualquer uma das três componentes

gostar / + / - / -

amor louco / - / + / -

amor vazio / - / - / +

amor romântico / + / + / -

amor compromisso / + / - / +

amor insensato / - / + / +

amor perfeito / + / + / +


E tu? Qual o que sentes?

domingo, julho 8

Everybody's Free

Ladies and Gentlemen... wear sunscreen.

If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be IT.

The long term benefits of sunscreen have been proved by scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience.

I will dispense this advice now.

Enjoy the power and beauty of your youth. Never mind. You will not understand the power and beauty of your youth until they have faded. But trust me, in 20 years you'll look back at photos of yourself and recall in a way you can't grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked.

You are NOT as fat as you imagine.

Don't worry about the future; or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm on some idle Tuesday.

Do one thing every day that scares you.

Sing.

Don't be reckless with other people's hearts, don't put up with people who are reckless with yours.

Floss.

Don't waste your time on jealousy; sometimes you're ahead, sometimes you're behind. The race is long, and in the end, it's only with yourself.

Remember compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how.

Keep your old love letters, throw away your old bank statements.

Stretch.

Don't feel guilty if you don't know what you want to do with your life. The most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don't.

Get plenty of calcium.

Be kind to your knees, you'll miss them when they're gone.

Maybe you'll marry, maybe you won't, maybe you'll have children, maybe you won't, maybe you'll divorce at 40, maybe you'll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary. Whatever you do, don't congratulate yourself too much or berate yourself, either. Your choices are half chance, so are everybody else's. Enjoy your body, use it every way you can. Don't be afraid of it, or what other people think of it, it's the greatest instrument you'll ever own.

Dance. Even if you have nowhere to do it but in your own living room.

Read the directions, even if you don't follow them.

Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.

Get to know your parents, you never know when they'll be gone for good.

Be nice to your siblings; they are your best link to your past and the people most likely to stick with you in the future.

Understand that friends come and go, but for the precious few you should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography in lifestyle because the older you get, the more you need the people you knew when you were young.

Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live in Northern California once, but leave before it makes you soft.

Travel.

Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will philander, you too will get old, and when you do you'll fantasize that when you were young prices were reasonable, politicians were noble and children respected their elders.

Respect your elders.

Don't expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund, maybe you'll have a wealthy spouse; but you never know when either one might run out.

Don't mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will look 85.

Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who supply it. Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more than it's worth.

But trust me on the sunscreen.

Mary Schmich
in Chicago Tribune

quinta-feira, junho 21

Its too late to earn my forgivness.

Esqueçam tudo o que comeram até agora!
Nada é melhor do que Nestum de Maça com Canela.

Remember kids: Be kind to your shadow.

E a não esquecer: http://elektrocutionfestival.com/ignite/

quarta-feira, junho 13

End of the Beginning.

So I run and hide and tear myself up.
I'll start again with a brand new name..
And eyes that see into infinity.
I'll disappear. I'm almost there.
Just a moment away from becoming unclear.

It's not a matter of fuck.
It's just a matter of time.

You'll always be my whore

"Hey girl
Is he everything you wanted in a man
You know I gave you the world
You had me in the palm of your hand

So why your love went away
I just can't seem to understand
Thought it was me and you babe
Me and you until the end
But I guess I was wrong

Don't want to think about her
Don't want to talk about her
I'm just so sick about her
Can't believe it's ending this way

Just so confused about her
Feeling the blues about her
I just can't do without ya
Tell me is this fair?

Is this the way it's really going down?
Is this how we say goodbye?
Should've known better when you came around
That you were gonna make me cry
It's breaking my heart to watch you run around
'Cause I know that you're living a lie
That's okay baby 'cause in time you will find...

What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around...

Now girl, I remember everything that you claimed
You said that you were moving on now
And maybe I should do the same
Funny thing about that is
I was ready to give you my name
Thought it was me and you, babe
And now, it's all just a shame
And I guess I was wrong

Don't want to think about her
Don't want to talk about her
I'm just so sick about her
Can't believe it's ending this way
Just so confused about her
Feeling the blues about her
I just can't do without ya
Can you tell me is this fair?


Let me paint this picture for you, baby

You spend your nights alone
And he never comes home
And every time you call him
All you get's a busy tone
I heard you found out
That he's doing to you
What you did to me
Ain't that the way it goes

When You cheated girl
My heart bleeded girl
So it goes without saying that you left me feeling hurt
Just a classic case
A scenario
Tale as old as time
Girl you got what you deserved

And now you want somebody
To cure the lonely nights
You wish you had somebody
That could come and make it right

But girl I ain't somebody with a lot of sympathy
You'll see..

(What goes around comes back around)
I thought I told ya, hey..

See?
You should've listened to me, baby
Yeah, yeah, yeah, yeah
Because..
What goes around, comes back around.."


segunda-feira, junho 4

beLIEf

Chego e sento-me ao teu lado, após um breve beijo na testa teu.. fugidio. Acho piada, mas não te digo nada e pergunto como estás.
Estou bem.. e tu? Está tudo bem contigo?
Esboço um sorriso e disfarço o turbilhão de sentimentos que me percorrem as veias.
Está tudo bem... - digo - o costume, tu sabes.
Olho para as tuas mãos e vejo como estão irrequietas. Sem demora, focas o vazio longe dos meus limites e dizes num tom de interrogação: Conta-me coisas.. que tens feito?
Tento focar o mesmo vazio que te fascinou e confesso Hoje matei uma pessoa. Tu olhas-me, assim num milésimo de segundo, antes mesmo de te devolver um olhar, antes mesmo de te prender e tornar-te cúmplice da minha história. Achas engraçado e perguntas-me como foi.
Estou certa de que não te interessa ouvir - afirmo.
Não não... - respondes - Conta-me como foi isso - e voltas a focar o teu olhar no vazio.
Desconfio um pouco, da tua atenção, e acompanho a tua dispersão do mesmo modo que invado o meu inconsciente e dispo os meus pecados.
Estava noite... - começo. Já tinha feito o jantar: as massas e a carne picada, como de costume, e resolvi sair de casa. Prendi o cabelo com uns elásticos, vesti um casaco comprido, o capuz pela cabeça e deixei as emoções em casa. Levei apenas comigo a chave, um mini-pacote de bolachas e um canivete.
Olhas para a janela e finjo perceber que continuas atento. Esfregas as mãos e pegas num cigarro, acende-lo. Continuo a minha aventura...
Voltei atrás e peguei nuns sacos, os quais enfiei num bolso lateral. Estás a ouvir-me? - pergunto. Olhas-me e respondes rapidamente - Sim sim. Continua.
Baixo a cabeça sem dares por isso.. Fui dar umas voltas, arejar a cabeça. Saí à rua e caminhei, uma ida sem rumo, mas tendo a certeza de que voltaria à minha cela.. perdão, casa. Comecei a ouvir uns barulhos em meu redor, qualquer coisa que me perseguia. Aquela preocupação que pensava não mais ter revelava-se agora num tremer das pernas, num ritmo acelerado de todos os músculos. Pensava em ti, em nós, em tudo o que me encaixa e, por fim, em mim. Pensava depois que não devia ser nada, nada mais.
Levanto a cabeça e estás mais longe que eu, envolvido nos teus pensamentos, e eu continuo..
Os barulhos tornaram-se mais frequentes, mas mesmo assim não desviei o meu olhar daquilo que era a minha frente. Pensei o quanto me enervava não ter a certeza de estar a ser ou não seguida. Ganhei coragem ou perdi o desejo de viver e olhei para trás, andei dois ou três passos e nada vi. É a minha imaginação -, digo para mim mesma. Abanei a cabeça e reinicio o meu percurso, largo uma gargalhada absurda que fez afastar um gato perdido na noite, para algures.
Queres que eu páre de contar? - pergunto, mas já não tenho qualquer reacção da tua parte.
Já não sei onde andava e também pouco me interessava saber. Nada vivo se encontrava na rua, passava apenas um carro do lixo, rapidamente, já cheio. Vi algumas montras, fechadas com grades, onde o meu reflexo espelhava mesmo com as luzes fracas da rua. O salão de jogos mesmo ali ao lado, fechado, como todos os domingos. Ouvi uns gemidos e aproximei-me...
Importas-te que abra esta janela? - perguntas - Está calor aqui..
Como queiras - respondo. Vejo-te perder alguns minutos junto da janela. Percorres o espaço com o olhar e fico à espera que voltes a sentar-te, o que fazes após acender mais um cigarro e dizes: Estavas a dizer..? - Olhas as minhas mãos, frenéticas de te possuir.
Estava a dizer que te ia matar - e rio-me. Expressas surpresa. - Estava a contar a minha noite, antes de chegar, e vou retomar onde interrompeste. - Pedes desculpa e acenas com a cabeça num tom de aprovação.
Ouvi os gemidos e olhei para todos os lados. Lá estava ela. Caída, desfeita, a sangrar. Senti os meus olhos a quererem fechar e pensei que ao acordar já estaria na minha cama, descansada. Ela estava magoada, com dores, só. Mais só que todos naquela noite fria, mais escondida que o gato no seu refúgio... Tirei os sacos do bolso, enfiei-os nos pés e nas mãos antes de chegar perto dela. A imagem ficava cada vez mais nítida. Sussurrou-me num tom de suicídio e pegou nas minhas mãos com o olhar. Tirei o canivete do bolso e tirei-lhe aquilo que lhe faltava para viver. Pousou a mão no corpo a agradecer o feito. É engraçado quando tudo o que é pedido é que lhe tirem a vida.. ou a falta dela.
Então, já acabaste a história? - perguntas. Senti-me ofendida com as tuas palavras e ignorei o teu olhar.
Tu nem me ouviste, pois não? Que sabes tu da minha história?
Ouvi sim! Quer dizer, mais ou menos.. desculpa, estava distraído. Estavas a contar que mataste alguém? Que alguém te pediu para o fazeres? Mas isso foi um sonho?
Não, não foi um sonho. Aconteceu há bocado, mesmo antes de chegar aqui. Matei-a, como me pediu. Não foi difícil. Sentia-a ficar cada vez mais fria e vazia, quando o canivete a perfurou.. como se a vida estivesse a sair-me do corpo, sabes?
Tu deves querer gozar comigo! Queres que acredite nisso?
Acreditas no que quiseres. Sempre soube que não levavas as minhas coisas a sério e que não irias acreditar nisto se te contasse.
Mas alguém acreditaria? Aliás, se fosse verdade, que aconteceu depois? Que fizeste ao corpo dela?
Nada.
Nada? - olhas-me com desconfiança. - Deixaste-a ali morta? Na rua?
Deixei. Ela já estava morta há muito tempo, só lhe fiz um favor. Depois afastei-me, levei o canivete comigo, retirei os sacos e continuei a andar até que decidi ligar-te para tomar café antes de voltar a casa. Destruí os sacos que levei. O canivete está ainda no meu bolso.. e pronto.
Sim, claro.. desculpa, mas não acredito.
Desculpa, desculpa! Sempre a pedir desculpa. Eu não preciso das tuas desculpas. Odeio as tuas desculpas e tudo em redor delas. - Levanto-me e vou até à janela, enquanto ficas quieto a acompanhar as minhas deslocações nervosas.
Mas isto agora está relacionado com a história ou com o quê afinal?
Tu não sabes mesmo, pois não? Acabei de te confessar que matei uma pessoa e tu estavas tão distraído nas tuas coisas que nem aqui e agora me dispensas a tua atenção? Sim, matei-a e voltaria a matar, porque já não havia nada nela que sobrevivesse de qualquer das formas. Matei-a e apenas tu sabes, porque sei que não acreditas e isso conforta-me da culpa. Acreditas na minha máscara de felicidade contínua, não achas isso estranho? Estar sempre tão bem?
Acho, mas..
Mas nada. Só queria que admitisses isso. - Baixas a cabeça e começo a sentir-me culpada. Pego nas minhas coisas e vou embora, antes que recuperes o teu narcisismo. Ficas furioso e chamas-me repetidamente, mas sigo o meu caminho de vez. Só depois repares no canivete que te deixei, ali mesmo, junto a ti. Volto a casa.
A noite passa, as horas passam. Tudo passa. No seguinte, fazes o caminho para minha casa e acordas-me. Levavas contigo o jornal com a notícia "Jovem mulher encontrada morta junto a um salão de jogos". Perguntas-me o que era aquilo. Mas já não sou eu. Encontras-me no vazio...
Que notícia é esta? A tua história era verdade?
Não sei do que falas! - afirmo espantada ainda com um ar ensonado e vejo o jornal - Estás parvo? Eu lá mataria alguém..
Mas tu própria o disseste ontem! E aquele canivete que me deixaste? Foi o canivete com o qual a mataste?
Encontraste o meu canivete? Caiu da mala... Não, não matei ninguém. Estás a alucinar!
Não, não estou! Então como explicas isto? - apontas para o jornal.
Não tenho que te explicar nada! Nem sabia disso. A única pessoa que morreu ontem à noite fui eu própria e era isso que te estava a contar, mas tu nunca me ouves e fazes juízos cedo demais..
Não acreditas em mim e levas-me à polícia. Interrogatório, testes, provas.. horas. Horas. Não havia qualquer indício de que pudesse ter morto aquela jovem.
Mesmo assim, ainda não acreditas em mim?
Desculpa...

Fevereiro 2005

quinta-feira, maio 17


There were two cows in a field.
One said: "Moo."
The other one said: "I was going to say that."

The Mind Game

Devin Moore was just 18 when he was taken to an Alabama police station for questioning about a stolen car. He was initially cooperative, but then lunged for his captor's gun. He shot the man twice and ran out into the hallway where he shot a second policeman three times. He let off five shots at a third man before making his escape in a police car. All three men died from shots to the head. When Moore was finally captured, he is reported to have said, "Life is like a video game. You have to die sometime." Two years on, he sits on death row.
The electronic age is changing our brains, but are we getting smarter, or dumb and dangerous?
@ NewScientist.com

Women & her best friend

How much pain would you put up with to help your friend? Less than you would for your close relatives, but more than you would for a charity, according to a study that looked at the basis of altruistic behaviour. There's an intriguing gender difference. Women tended to spread their efforts more equally among relatives than men did, as well as putting up with more pain for best friends than for cousins. This could be down to the fact that in many societies women tend to move away from their families. "Women have to get along with everybody - including their mothers-in-law," says Phyllis Lee of the University of Stirling, UK. The other possibility, says co-author Robin Dunbar of the University of Liverpool, UK, "is that females are just more social".

@ NewScientist.com

Hot and Spicy

What's the best way of impressing a member of the opposite sex? In April 2006 I teamed up with the Edinburgh International Science Festival in the UK to examine the science of speed-dating. A hundred single heterosexual men and women came to the Edinburgh hotel that had been turned into our love laboratory for the night. Each got 3 minutes with 10 partners each, and at the end of each chat they gave details of the talk and rated their date.
Surprisingly, although men have a reputation for judging women quickly, our findings suggested that women judged a partner much faster - 45 per cent in under 30 seconds. Because of the importance of opening comments, we turned our attention to the chat-up lines that had most and least people ticking the "Yes, I would like to see this person again" box.
The results showed that the secret of a good chat-up line is to encourage someone to talk about themselves in a quirky, fun way. So the best line from the top-rated man was "If you were on Stars In Their Eyes, which celebrity would you be?" On a similar theme, the top-rated female asked "If you were a pizza topping, what would you be?". And what shouldn't you say? One of the least successful lines was "I have a PhD in computing."
@ NewScientist.com

Oral sex can cause throat cancer

People who have had more than five oral-sex partners in their lifetime are 250% more likely to have throat cancer than those who do not have oral sex, a new study suggests. The researchers believe this is because oral sex may transmit human papillomavirus (HPV), the virus implicated in the majority of cervical cancers.
The new findings should encourage people to consistently use condoms during oral sex as this could protect against HPV, the team says. Other experts say that the results provide more reason for men to receive the new HPV vaccine.
@ NewScientist.com

quinta-feira, abril 26

Tenho uma coisa para te dizer...


Escrever de uma forma totalmente fria e impessoal, ou seja, sem ambiguidades. Pôr de parte os "eus" e os "tus" e os "nós", ou seja, sabendo quem somos. Limitar frases com as conjunções "que", "mas" e "porque", ou seja, desobrigar explicações desnecessárias. Evitar o mais possível qualquer termo técnico, ou seja, tornar clara a escrita. É inevitável, assim, dizer tudo de uma forma simples e directa, ou seja, adoro-te.

sexta-feira, abril 20

Manifesto à Inteligência

Prezados Amigos:
Hoje, permitam-me trazer aqui um manifesto. É o meu primeiro e talvez o único.

Ponto Um - Nos últimos meses, a vida foi sacudida pelo abalo (in)consciente de sentimentos. Uma aliança entre a inteligência e a falta de paciência liderou a revolução silenciosa contra a privação e a ausência, que marcam o actual estado. Pretende-se garantir a fixação da estabilidade física e psicológica, tendo em conta os centros de decisão mentais. Caso tal não aconteça, a estratégia passará pela imperícia em se desassossegar com os devidos responsáveis.

Ponto Dois - Apesar da fé designada aos intervenientes, e lamentando a falta de respostas, o que está fundamentalmente em causa é a utilização de mecanismos extremos de combate a tal situação incómoda e escusável. Ou seja, a doação voluntária não implica, per si, a crença numa reintegração adequada daquilo que foi disposto, contudo, a crença (essa sim) num laço cordial e de afeição dita e demonstrada entre as duas entidades, traduz a necessidade benevolente de uma refutação ajustada à situação.

Ponto Três - Toda a opinião manifestada no actual texto é vítima de subjectividade, sendo as ambiguidades e as hipocrisias uma falta de novidade em redor da inexistente proposta de solução do caso. É, pois, crescente a concorrência diária que os não-intervenientes impõem à resolução do estado psicológico alcançado pela parte, o que explica o aparecimento do presente documento. No entanto, o subscritor esconde-se por detrás das referências oblíquas do problema, dispondo como único vizinho os poderosos, e sempre presentes, amigos imaginários, defensores estes da subjectividade e dos seus interesses psicológicos. Pretende-se, assim, desfazer qualquer tipo de distorção analítica e contrariar algum tipo de raciocínio surgido aos intervenientes por excesso de zelo e por desejos moderados ou fases de esquisitice.

Ponto Quatro - Se por um lado se exaltam os objectivos e os feitos da construção mental elaborada, por outro credibiliza-se a necessidade dos sofisticados argumentos ocuparem o seu tempo de raciocínio. O uso económico da inteligência por parte dos intervenientes comprova a liberalização concedida à ignorância que, neste caso, se traduz pela perda de riqueza intelectual e consideração para os residentes na memória, assim como a perda de estima pelos mesmos. Defendem-se as regras da lucidez e as escolhas livres de ambiguidades e solicita-se a participação activa pelas partes através da comunicação e comunhão de interesses. Condena-se a parvoíce instalada por estados de vaidade e soberda, tendo em nota que análises particulares revelam desequilíbrios parciais no que diz respeito à presunção dos intervenientes.

Ponto Cinco - Este texto é, ainda, redundante na medida em que as ideias apresentadas pelo subscritor se encontram já devidamente reflectidas e, outrora, defendidas perante os intervenientes de uma forma possivelmente indirecta, mas consciente e que requere o uso de inteligência por parte dos mesmos. O valioso tempo exige assim ao subscritor a aplicação de medidas de contenção, em defesa da estabilidade desejada e do investimento realizado nas funções legítimas de boa vida (e consequentes sub-partes funcionantes desta). A alternativa a um crescente movimento de desinteresse e não-preocupação com as partes envolvidas pode e deve ser vista como fundamental, visto que o desinvestimento nos intervenientes, nao identificados neste escrito por parte do subscritor, não é a solução cobiçada, mas a executável sem qualquer tipo de exclusividade coadjuvantes que atenuem a resolução do manifestado.

Ponto Seis - Não se acredita que a solução proposta seja a ambicionada pelos participantes, ainda que o nível de consciência da situação seja mínimo e se encontro minado pela falta de identificação e de noção das consequências a longo prazo. A dança entre as tentativas manifestadas desta questão menor da vida dos intervenientes, tem vindo a desfazer a aliança da elite intelectual existente, sendo um facto que a permanência dos centros de decisão mental sempre enfrentaram conflitos com as crenças da vida. Durante muito tempo foi esperado a decisão madura de forma a proteger esse bem único e existente entre os intervenientes, porém, não deixa de surpreender que o subscritor mantenha a subjectividade e a crença, pelo que tal actuação leve à criação de suspeitas relativamente aos núcleos de inteligência tão fortemente defendidos.

Ponto Sete - Mas (e sublinhe-se aqui que o subscritor é totalmente contra o uso do advérbio "mas" no início das frases) se o documento expresso não é exemplo de lógica e coerência, seja feito dele um exemplo do modo de vida da parte interveniente. Todavia, é um facto, toda a análise feita a partir do mesmo apresente um erro à partida. Convirá, portanto, a ressalva de que o subscritor não coloca em causa a sua percepção mental da situação vivida, mas sim a faculdade psíquica (in)consciente usada livremente pelos intervenientes. O subscritor refere-se ao empobrecimento psicológico da parte, pelo que a qualidade desta banhada na futilidade instável do momento do tempo indefinido (que é a vida), favorece a abnegação pelo entendimento alheio de uma forma desapegada. Trata-se de um argumento sentido e que, convirá recordar, faz parte do desenvolvimento relacional de ambos os intervenientes. Ora, a sempre advogada prosperidade relacional e intelectual, entre as partes, parece não ter sido mais do que uma questão ambígua e de sucessivos abandonos não elaborados, demonstrando os efeitos nefastos do tema e que colocam a nu o interesse desigual de cada parte.

Ponto Oito - De referir, igualmente, que para ser verdade qualquer tipo de relação, a origem da mesma não poderá ser mal entendida. Não será menos verdade que a falta de inteligência leva a estratégias de vitimização, arriscando-se a quebra da situação sem possível compreensão e concordância das partes. O proteccionismo vivenciado até à data é uma excelente ilustração da deslocação de interesses por parte do subscritor de forma a enfraquecer a incapacidade intelectual da parte, não sendo, de forma alguma, o presente texto uma forma desesperada que transpareça a necessidade de melhores condições de partida do centro de inteligência mascarado em tons confusos. Ou será. A suposição de que tratará de uma forma fantasiada de falsos moralismos, fica assim desacreditada, já que os centros de decisão têm por objectivo o enriquecimento intelectual e não a fuga de situações que a parte parece manifestar pela incapacidade de resolução.

Ponto Nove - Considera-se que o presente escrito é pouco claro, contraditório, vago e redundante. Por outro lado, os argumentos demonstrados encontram-se enraizados na razão, faculdade abarrotada de justiça e bom senso. Em jeito de conclusão (quase), a vida necessita não de enganos propositados e intervenientes imaturos e perdidos nas redes do aproveitamento desembaraçado, mas sim de centros de decisão atilados que evoquem o respeito. As decisões não podem ser descentralizadas e influencidas por vagos juízos, represálias incoerentes e/ou misérias pessoais transitórias. A moral, distintiva da maturidade, não se define em parte dos intervenientes.

Ponto Dez - Seja talvez perverso partir do princípio que o sucesso da decisão defendida pelo bem psicológico do subscritor, e que traduz o fracasso dos intervenientes, seja o resultado de um raciocínio superior e sensato. Esta atitude tem como objectivo a retaliação das partes, se tal faculdade mental das mesmas o permitir, embora as consequências esperadas não sejam necessariamente prejudiciais para o subscritor e para o seu manifesto. Nestas circunstâncias, tendo como base que a faculdade psíquica dos intervenientes se encontre livre de brio desnecessário, a estratégia permite transformar a falta do acontecer, deixando-se, no entanto, as decisões das partes livres e descentralizadas para que seja possível a defesa da relação marcada. Por último, realça-se, de novo, o facto de todo o raciocínio exposto ser ilusório e dotado de validade individual, pelo que a sua demonstração aparente tem por fim único o que se entende nas entrelinhas, se a faculdade dos intervenientes assim o possibilite (mais uma vez) e se atreva.


Nota Final:
Verdadeiramente radical só mesmo o que se quebrou e abandonou. A revisão intelectual faz-se com a pressa dos imprudentes, revelando assim a pequenez da sua vida intelectual. Dito isto, é necessário alertar para a incapacidade de comunicação e para a violência psicológica vividas. O campo fascinante da inteligência, pela possibilidade de descontrolo total dos intervenientes, promete vir a alterar os interesses e o modo de percepcionar dos mesmos, ou seja, o fracasso da parte está para breve.

segunda-feira, abril 2

Loja de Porcelanas

"O que fazia um elefante
na tua loja de porcelanas,
sei que não me vais dizer...
Foi por ele que tu me trocaste
e eu nunca soube porquê,
nem nunca virei a saber.
Às vezes a beleza dói
quando o olhar reflecte
o que o coração inventou...
O que fazia um elefante
na tua loja de porcelanas,
sei que não me vais dizer...
Entrou e saiu, pela frente,
deixou tudo em pantanas
e tu voltaste a sofrer.
E quando o ideal cai,
tudo aquilo que promete
nunca acontece."
Carlos Tê, pelos Clã.

quinta-feira, março 8

Sei-as de cór.

Rasgaste o tempo, ... , como a minha pele maviosa.
Ficaram feridas abertas; choram, na sombra dos intervalos.
Deslembra-me, ... , na fuga das tuas noites hostis..
Ou remoça o que o teu desejo cavado desdém.

quarta-feira, fevereiro 28

Clivagens do Self

Já não tenho espaço em mim, Amiga,
que não tenhas devorado.
Fazes crescer-te por todo o lado
Dizes que não é, mas vejo-o prepositado,
Amiga, eras tão pequena quando te conheci
porque cresceste dona de ti?
De mim, do corpo, de nós, o ser..
Vendo-me, sem sorte, sem o teu querer.

Traiste-me, Amiga, vieste sem dar por ti.
Derrotaste a serenidade, filha do tempo que esqueci.
Poupa-me do teu desejo, Amiga;
Morre-me o tecto, desaba-me a vontade..
Não venhas sem dar conta, agora que faleci.

Dilaceraste a minha carne
e a consciência já consumiste,
destróis, em pormenor, o que o dentro consiste.
Leva de mim o sol, Amiga,
se só à noite me esconder permitiste.
Leva-me o sol e deixa-me a chuva, Amiga,
não a admiras, muito menos no teu corpo a sentiste..
Como pode a alma adorar esta doação triste?

Abre-me as pernas devagar e
viola-me, com prazer,
mas não me olhes nos olhos, Amiga,
se não tens nada pare me dizer.

É a doença, Amiga,
sinto-a cá dentro a festejar.
Corre-me no sangue, reflecte-se em espasmos,
encontro-a dentro de mim, só, a dialogar..
Somos muitos e dotados de vontade..
Sentes o meu tremer quando atravesso o teu olhar?

Amiga, tu que vives em mim, perdoa-me,
se as forças me crescem para te combater..
A memória é a máquina do tempo que usas e
não desisto, assim, mas sinto a falta de morrer.

Estás em mim. Sinto-te.
Vergo-me, penetras-me, delicias-me, matas-me..
Com prazer, com vontade, sem querer, sem piedade.
Matas-me.. Matas-me? Sim.
Quantos vieram quando te instalaste?
Mostra-me quantos são ou não decoraste?
És muitas, Amiga, e em todas não te encontraste..

Amiga, doença, és no meu sentir.
No esboço que me permites ser, vou a dormir.
Doença, Amiga, o meu corpo está a estalar.
Quebram-se as costuras, violentadas, ainda a respirar..
Matas-me.. doença, Amiga, doença. Amiga. A mim.
Porque escolheste uma magia assim?

Leva-me o sol, Amiga.
Deixa-me a chuva, e, à chuva.
Porque é a única que me permite chorar na vaidade da rua..
És doença, Amiga, mas não tens nome.
E quando findar, vais comigo.. e vais nua.

Momentos no tempo.

Os invernos passam e não lhe tocam, o que antes foi um anjo, agora demónio se envaidece. Lá dentro, na posse de mim mesmo, vejo-me no espelho, ser mudo que não conhece.
Encontra um lugar só teu, para que os mortais o habitem e deixa que sejam o teu rebanho.. dono de um lugar vadio, enche-o do teu ser, do teu não-ser, ergue-os cá fora e os outros, rebanho, que meditem.

sábado, janeiro 27

C13H16NClO

Krystal, a professor at Yale University, is talking about the time he gave seven severely depressed patients ketamine, a mind-blowing drug developed as an anaesthetic but better known as a club drug. It was a long shot, but the results were astonishing. Though most of the patients found the ketamine experience itself unpleasant, once it wore off they had a far better feeling: the disabling and suicidal depression they had lived with for years had vanished. Best known as a club drug, ketamine seems somehow able to jolt people out of severe depression. "For many, it was a huge, obvious effect," says psychiatrist John Krystal. "One of the patients said, 'Don't give me those old medications, I want this again'."

@ NewScientist.com

Born under a bad sign? AHahH!

The star you were born under influences the person you become. Not something you expect to hear from scientists but, incredibly, it seems to be true. There is firm evidence that the time of year you are born affects not just your personality, but also your health, specifically your chances of developing serious mental illness. But don't expect to find clues in your horoscopes. The star in question is the star we were all born under - the sun. Your date of birth has a bigger influence on your life than you might realise...

@NewScientist.com

“I don’t know what she sees in him”

It is a classic image: a group of young women sighing over the latest heartthrob. But do they all really share identical taste for, say, Brad Pitt, or that cute guy in physics class? A new study suggests that, in fact, women will look more favourably on the men that other women find attractive. Women found the men who were being smiled at suddenly more attractive, while men who apparently elicited no such smiling approval were pronounced less attractive. Men, meanwhile, behaved in a strikingly different manner. They rated men who had been smiled at as less attractive. ”Within-sex competition promotes negative attitudes towards men who are the target of positive social interest from women,” the researchers conclude.

@ NewScientist.com

terça-feira, janeiro 16

techno-addictions

New technologies have revealed a whole raft of hitherto unsuspected personality problems: think crackberry, powerpointlessness or cheesepodding. Most of us are familiar with sending an email to a colleague sitting a couple of feet away instead of talking to them. Some go onto the web to snoop on old friends, colleagues or even first dates. More of us than ever reveal highly personal information on blogs or MySpace entries. A few will even use internet anonymity to fool others into believing they are someone else altogether. So are these web syndromes and technological tics new versions of old afflictions, or are we developing fresh mind bugs?

@ newscientisttech.com

sexta-feira, janeiro 5

a linguagem do não ruído

Proponho-me desenhar o mundo e traço a imagem do meu próprio rosto, a consciência rasgada pelo desbravar dos sentimentos. Não vislumbrei o cair de ti, na cegueira do teu ser, dominado pelo que não é dos outros, apenas nosso. As palavras são gritos acorrentados ao som do silêncio que existe entre cada batida de um coração. Procuro desdobrar o que me invade e arrumar em pequenos cubículos de modo a ser possível entender, mas silenciar as partes faz morrer um todo. Ouvi cada ruído de forma distinta, apesar de não lhes dar atenção, e assim que o silêncio começa a tocar-te, o que resta em mim é o virar da página. Diz o ditado que "um recipiente cheio não consegue receber mais", há, portanto, que saber esvaziá-lo se lá queremos internar algo. A mentira começa na primeira palavra, entre uma e outra, o saltitar do que faz sentido. Transito num espaço onde o caminho que parte de nós é o único que podemos, com prazer, seguir. Quando o adorar está no admirar do silêncio, tropeço na ternura da tua voz..